Multitarefa: Será que realmente vale a pena? Descubra como isso afeta sua produtividade e saúde ment
- Psicóloga Carine Mattos
- 13 de set. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 24 de set. de 2024
Olá tudo bem? Hoje proponho falarmos sobre multitarefas e produtividade. Em um mundo hiperconectado, a multitarefa é frequentemente vista como sinônimo de eficiência. No trabalho, nos estudos ou nas tarefas diárias, muitas pessoas acreditam que fazer várias coisas ao mesmo tempo aumenta a produtividade. Porém, a ciência revela o contrário: a multitarefa pode prejudicar gravemente sua memória e cognição, trazendo consequências duradouras. Vamos explorar como a multitarefa afeta o cérebro e, mais importante, como evitá-lo para ter mais foco e resultados.

O que é Multitarefa?
Multitarefa é o ato de tentar realizar várias atividades simultaneamente ou alternar rapidamente entre elas. Responder e-mails durante uma reunião, checar mensagens enquanto trabalha ou assistir à TV enquanto estuda são exemplos clássicos. O problema? Nosso cérebro não foi feito para isso. Toda vez que alternamos entre tarefas, o cérebro perde eficiência e prejudica a capacidade de armazenar informações com precisão.
Como a multitarefa prejudica sua memória?
Um dos maiores danos causados pela multitarefa é na memória de curto prazo. Essa parte do cérebro é responsável por armazenar informações temporárias, como o que acabou de ser dito em uma reunião. Ao dividir a atenção entre várias atividades, o cérebro falha em processar essas informações adequadamente, e acabamos esquecendo detalhes importantes ou não completando tarefas com eficácia.
A multitarefa também interfere na memória de longo prazo. Ao alternar entre atividades, o processo de consolidação das memórias — quando informações são gravadas permanentemente — é interrompido. Isso nos faz esquecer mais rápido e com menos precisão.
Como a multitarefa afeta sua capacidade cognitiva?
Além da memória, a multitarefa impacta diretamente a cognição, nossa capacidade de pensar e raciocinar. Quando pulamos de uma tarefa para outra, o cérebro passa por um “custo de troca de contexto”. Esse processo exige tempo e energia para reajustar o foco, levando a uma diminuição significativa na eficiência.
Pesquisas da Universidade de Stanford mostram que pessoas que realizam muitas tarefas simultâneas têm maior dificuldade em se concentrar em uma única atividade e são mais suscetíveis a distrações irrelevantes, o que prejudica a qualidade do trabalho e o aprendizado.
Hábitos de multitarefa que você pode não perceber
A multitarefa faz parte do cotidiano de muitas pessoas, muitas vezes sem que elas percebam. Veja alguns exemplos:
Checar o celular enquanto trabalha ou estuda: Cada vez que você para pra olhar uma notificação, seu cérebro precisa de tempo para se reajustar ao trabalho ou estudo, prejudicando o rendimento.
Assistir TV enquanto realiza outras tarefas: Muita gente faz outras atividades com a TV ligada ao fundo, mas isso compromete a atenção e a qualidade dessas tarefas.
Responder e-mails durante reuniões: Isso faz com que você perca informações importantes da reunião e acabe respondendo mensagens com menos precisão.
Reuniões durante tarefas domésticas: O trabalho remoto tem feito com que muitos misturem reuniões com atividades em casa, o que pode aumentar o estresse e diminuir a eficácia em ambas.
Quais os riscos da multitarefa para a saúde mental?
Além de prejudicar a memória e a cognição, a multitarefa pode aumentar os níveis de estresse e ansiedade. Quando tentamos fazer muitas coisas ao mesmo tempo, o cérebro fica sobrecarregado, elevando o nível de cortisol, o hormônio do estresse. Isso gera cansaço mental, dificuldade para relaxar e, em casos extremos, pode levar ao burnout.
A multitarefa também reduz a criatividade. Quando o cérebro está focado em várias tarefas simultâneas, ele não tem espaço para pensar de forma inovadora. Criatividade exige períodos de foco profundo e descanso mental, algo que a multitarefa impede.
Como reduzir a multitarefa e focar no que importa
É possível vencer o hábito da multitarefa com algumas estratégias simples, mas poderosas:
Defina Prioridades: Ao começar o dia, faça uma lista das tarefas mais importantes e concentre-se em uma de cada vez.
Técnica Pomodoro: Trabalhe em blocos de 25 minutos com pequenas pausas. Essa técnica ajuda a manter o foco em uma única tarefa.
Desative Notificações: Silencie e-mails e redes sociais durante o trabalho ou estudo para evitar distrações.
Crie um Ambiente de Foco: Mantenha seu espaço de trabalho organizado e sem itens que possam desviar sua atenção.
Pratique Mindfulness: Meditação e outras práticas de atenção plena podem treinar seu cérebro a se concentrar no presente e a reduzir a necessidade de alternar entre tarefas.
Horários para Mensagens e E-mails: Em vez de checar notificações constantemente, defina horários específicos para isso.
Faça Pausas: O cérebro precisa de pausas para funcionar no seu melhor. Tente descansar brevemente a cada hora de trabalho.
Conclusão
Embora a multitarefa pareça ser uma habilidade útil nos dias de hoje, ela pode ter impactos profundos e negativos em sua memória, cognição e saúde mental. Para preservar sua produtividade e bem-estar, é essencial adotar hábitos que priorizem o foco e a concentração. Ao abandonar a multitarefa e focar em uma tarefa de cada vez, você não apenas melhora sua performance, mas também protege seu cérebro a longo prazo.
Quer descobrir como melhorar sua produtividade e cuidar da sua saúde mental? Comece agora mesmo a aplicar essas dicas e transforme sua rotina!
Beijos e até a próxima!
Referências
Ophir, E., Nass, C., & Wagner, A. D. (2009). Cognitive control in media multitaskers. Proceedings of the National Academy of Sciences, 106(37), 15583-15587.
Gazzaley, A., & Rosen, L. D. (2016). The Distracted Mind: Ancient Brains in a High-Tech World. MIT Press.
American Psychological Association. (2021). Multitasking: Switching Costs.
Rubinstein, J. S., Meyer, D. E., & Evans, J. E. (2001). Executive control of cognitive processes in task switching. Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance, 27(4), 763-797.
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